quarta-feira, 13 de abril de 2011

Proposta de trabalho 2 - Ponto de Situação

Nesta aula foi proposto a actualização dos trabalhos no blog da disciplina. Embora nesta etapa, aínda só conseguimos um esboço teórico das composições visuais, achamos interessante para no final datarefa poder ser visto o antes e o depois da proposta. É importante salientar que aqui está apenas um apontamento de onde estará o texto e onde estarão as outras ideia, não sendo de todo uma proposta final. Adicionalmente, será publicado o texto de 24 linhas que acompanhará cada composição visual.


Ricardo Reis


Homem simples á procura da tranquilidade na vida, onde não há medo nem dor, apenas a paz de espírito, sem emoções frotes que o prendem numa gaiola de dor e ressentimento.
Os Deuses mostraram-lhe o estoicismo e o epicurismo, a base da sua forma de vida e escrita – conforma-se á condição mortal do ser humano, o Fado pressegue-o assim como os Deuses estão sujeitos a ele, a morte espera-o e ele assim o sabe e relembra-se constantemente disso e tenta mostrá-lo á sua amada, fica e vive cada dia como se fosse o último, mas cuidado, a moderação é necessária para a felicidade e aceita o que vai acontecendo e conforma-se.
A vida como um rio que corre, não pára e flui livermente independentemente dos obstáculos, aceita o seu precurso e sabe onde vai parar, mas o mesmo não acontece conosco, a sombra da morte pressegue-nos mas não a devemos recear.
Assim é fácil compreender que a sua forma de vida advém da ideia do Carpe Diem e dos antigos filósofos gregos clássicos, até a sua escrita é tão cuidada que queria esse ambiente epicurista que atraí e seduz o leitor, enfluenciando-o ao ponto de o próprio pensar em optar o estilo de vida que Reis propõe, alias os seus poemas são de incentivo á sua filosofia.
Lídia, imaginária ou não sempre foi o alvo de Reis, sua amada momentânia, triste pela relação superficial que Reis queria ter mas a sua paixão era forte e não aceitava a filosofia dele, ela era o seu oposto e por muito que ambos tentassem nunca chegariam a consumar o que sentiam.
Enfim, as tentativas de convencer os leitores a adoptar o seu estilo de vida, enfluenciou-nos a criar imagens de tranquilidade na nossa imaginação, tudo que todos nós queremos, mas não nos queremos lembrar do que mais tememos mas Reis tem razão quando diz que devemos aceitar o nosso destino.

Proposta (rascunho):



Alberto Caeiro

Neste poema Alberto Caeiro mostra o desagrado que tem pela forma de pensar da sociedade não rural, já por isto se isolou para idolaterar o que o rodeia – A Natureza. Defende pragmáticamente a simplicidade, o seu amor pela natureza e a sua forma de pensar que não vai além do que vê, não necessitando justificar ou procurar o “porquê” das coisas e a sua origem.
Aqui o poeta transparece a sua frustração pelo pensamento demasiado logico da sociedade mas ao mesmo tempo mostra a pena que sente por essas almas que para ele são frias e que não dão o valor que deveriam dar á vida. Defende a sua filosofia de vida como sendo a ideal para o ser humano, humilde, simples e verdadeira, mas os confrontos com a população local são comuns.
Não se importa com o seu isolamento, desde que tenha as árvores, o campo e o seu rebanho mas apesar disto há sempre algo que o liga á sociedade – a constante batalha entre filosofias de vida. Neste sentido o poeta tende a ir contra o seu próprio dogma porque mesmo querendo isolar-se do mundo ele presiste em demostrar ao mundo o que sente e pensa, sendo assim traido pelo seu próprio espírito crítico.
Apesar de tudo acaba de ser o Mestre supremo de todos os heterónimos, a sua atitude eremita e pensamento anti meta-físico permitiram-nos viver sem a dor que os restantes heterónimos sentem, evelhecendo sem angústia nem medos. Ele é a inveja dos heterónimos e do próprio ortónimo que racionaliza tudo e mais alguma coisa inconscientemente, sempre preso á lógica, ao pensamento e quem pensa não tem a mesma felicidade que o inconsciente.
Fernando pessoa ortonimo, ao contrario de alberto caeiro tem a plena conciencia da sua condição como humano e isso preocupava-o, pois sabia que com o seu pensamento no futuro criava fantasmas que o inibiam de viver verdadeiramente, algo que acontece com alberto caeiro que se surpreende constantemente com o que ve, como uma criança inocente que ve o mundo pela primeira vez.



Proposta (rascunho)








Álvaro de Campos

Apanhamos este heterónimo no estado mais eufórico da sua vida (numa fase anterior o tédio reinava na sua vida e após a sua grande euforia, decái na escuridão dos seus pensamentos péssimistas, sem esperança nem futuro), engenheiro como é demonstra o seu amor preverso pela mecânica (exageramentos constantes), masoquista eufórico…
O som das engrenagens excitam-no e relembra esses sons e movimentos nos seus poemas e compreendemos este estado do poeta como um novo estilo de escrita sensasionalista, o futurismo nesta fase é visível no elogio da civilização industrial e da técnica.
Quer sempre demonstrar ao mundo o fantásico do que é moderno e mecânico, compõe Odes dedicadas a esse mundo que tanto deseja estar intimamente ligado. Neste poema, deixa transparecer a sua pressa e vontade de querer fazer tudo e mais alguma coisa, fazendo-o desordenado, estes sentimentos transmitidos dão ao leitor um desconforto moral provocado pelas suas ideologias masoquistas e excêntricas.
Uns dizem doente, maluco e mentalmente instável, outros encaram-no como um homem do seu tempo, brilhante e consciente do nosso futuro (o futurismo começava a ser popular mas era pouco compreendido na sociedade, levando á exclusão das pessoas desse grupo cultural).
O seu ambiente de trabalho era muitas vezes mencionado: sombrio, uma fraca luz iluminava a sua mesa de trabalho desordenada, com os seus planos e projectos numa pilha infindável mas que recebiam bastante amor e carinho do seu criador excêntrico.
Apesar de tudo, ele cái na depressão e numa realidade que todos os heterónimos (menos o Mestre) e o próprio ortónimo caem, no fim só existe dor e morte, escuridão infindável que envolve a sua alma até que a morte o liberte, longa é a sua espera, cada dia mais longo que o anterior, melancolia constante e muito a morte ele deseja.




Proposta (rascunho)




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